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quarta-feira, 28 de abril de 2021

História do Veganismo



O Vegetarianismo no Século XIX

A ideia de viver de uma alimentação baseada estritamente em alimentos vegetais, no ocidente, existe há muito tempo. No século XIX já havia inúmeros debates entre vegetarianos que consumiam produtos lácteos e/ou ovos e vegetarianos estritos. Em 1809, o Dr. William Lambe, um pioneiro do vegetarianismo estrito, escreveu livros sobre os possíveis benefícios desta dieta no tratamento do câncer hepático e do estômago, e, em 1854, para outras doenças, algumas crônicas. A Sociedade Vegetariana (The Vegetarian Society) foi fundada em 30 de setembro de 1847, em Northwood Villa, Ramsgate, Kent, Inglaterra, posteriormente transferindo sua sede para Manchester, em 1849, mesmo ano da primeira publicação de seu periódico "The Vegetarian Messenger". Assim, só a palavra “Vegan” era uma novidade em 1944.


O Vegetarianismo no Início do Século XX

A discussão sobre o uso de produtos lácteos e ovos na dieta vegetariana era recorrente na Sociedade Vegetariana desde 1909. Em 1931, Ghandi discursou para a Sociedade Vegetariana de Londres a palestra “The Moral Basis of Vegetarianism” (A Base Moral do Vegetarianismo). Em 1938, a palestra "Saúde Sem Produtos Lácteos”, foi ministrada pelos médicos Dr. Cyril V. Pink e Dr. William White, que repetidamente em suas palestras e escritos testemunhavam sobre a condição superior de bebês criados sem leite de vaca.


O Veganismo

Donald Watson (1910-2005) tornou-se vegetariano em 1924, em uma resolução de fim de ano, após testemunhar aos 13 anos de idade o abate de um porco na fazenda de seu tio, em South Yorkshire, Inglaterra. Durante a depressão dos anos 1930, Watson, um técnico em carpintaria, trabalhou como professor de carpintaria em Loceister, filiando-se a filial da Sociedade Vegetariana local onde passou a trabalhar como secretário. Donald Watson também acreditava que a dieta vegetariania não deveria utilizar produtos lácteos e/ou ovos. A edição de fevereiro de 1944 de "The Vegetarian Messenger" trazia um artigo da irmã de Donald Watson, Eva, intitulado "Eliminando produtos lácteos: como as dificuldades podem ser superadas", com dicas úteis e eficazes. Nas edições de março e abril foi publicado o artigo, em duas partes, "Should Vegetarians Eat Dairy Produce?" (Vegetarianos devem comer produtos lácteos?), de Donald Watson. Os artigos dos irmãos Watson foram baseados em apresentações que eles haviam feito em dezembro de 1943 para a Sociedade Vegetariana de Loceister. Os artigos tiveram uma grande repercussão na Sociedade Vegetariana e, em resposta aos artigos, foi realizado um debate organizado pela Sociedade Vegetariana de Croydon, ainda em abril de 1944 com um público que ia além do grupo de Croydon. O debate foi considerado tão importante que mereceu um relatório de 2 páginas do "The Vegetarian Messenger" de junho de 1944. O debate foi presidido e organizado por Elsie Shrigley (Sally) (1899 – 1978), secretária honorária da Sociedade Vegetariana de Croydon. Donald Watson propôs a moção “That vegetarians should aim at eliminating dairy produce from their diet” (Que os vegetarianos devem procurar eliminar os produtos lácteos da sua dieta), que foi aceita por ampla maioria (30x2). Embora o número de vegetarianos "não lácteos", "totais", "puros", "completos" ou "estritos" estivesse crescendo, eles ainda não eram organizados. Em agosto de 1944, movidos pelo sucesso da moção, que ia muito além da típica realidade dos vegetarianos britânicos, Watson e Sally sugeriram para a tradicional Sociedade Vegetariana de Manchester que fosse criado um grupo com essa proposta dentro da sociedade e uma seção especial dentro do seu periódico. O conselho da Sociedade Vegetariana concluiu que o grupo teria maior liberdade para combater o uso dos derivados animais como um grupo externo a sociedade e recusou a proposta, sugerindo que Watson montasse um grupo fora, mas que a Sociedade divulgaria os textos do grupo nas páginas do "Vegetarian Messenger", o que já acontecia com todos os grupos existentes, como a Sociedade Vegetariana de Loceister, a Sociedade Vegetariana de Croydon e outras tantas sociedades e clubes vegetarianos que existiam e que recebiam suporte das Sociedades Nacionais, porém não eram administradas por elas. O comitê da Sociedade Vegetariana de Manchester não rejeitava o movimento contra os produtos animais na dieta. Watson aceitou a sugestão e formou um grupo chamado "Non-dairy Produce Group" (Grupo dos produtos não-Lácteos) e escreveu uma carta publicada ao editor publicada no "The Vegetarian Messenger", na edição de novembro de 1944, anunciando a formação do grupo, que um jornal seria publicado e solicitando ajuda financeira aos interessados. Ainda em novembro de 1944, lançaram seu próprio jornal, o "The Vegan News - Quaterly Magazine of the non-dairy vegetarians" (Vegan News - O jornal dos vegetarianos não-lácteos), um manifesto com as premissas desta nova sociedade que, entre outras coisas, solicitava que quem quisesse aderir que colaborasse com dinheiro e sugestões para o nome da sociedade que estava sendo formada. O segundo número do jornal saiu em fevereiro de 1945, ainda com o mesmo nome e apresentava os nomes até então sugeridos: Allvega / Allvegan / Total Vegetarian Group / Allveg / Allvegist / The True Vegetarian / Neo- Vegetarian / Dairyban / Vitan / Benevore / Benevorous News / Sanivore / Beaumanger / Bellevore (lista compacta). E continuava solicitando que fossem enviadas sugestões. Em abril de 1945, o grupo decide que o nome da sociedade será "The Vegan Society" e a terceira edição do "The Vegan News", de maio de 1945, aparece pela primeira vez com o subtítulo "Quarterly Organ of The Vegan Society". Junto com o novo subtítulo também foi decidido um novo cabeçalho trazendo a primeira definição de veganismo:


O VEGANISMO é a prática de viver de frutas, nozes, vegetais, grãos e outros produtos não animais saudáveis.

O VEGANISMO exclui como alimento humano: carne, peixe, galinha, ovos, mel; e leite de animais, manteiga e queijo.

O VEGANISMO visa incentivar a fabricação e o uso de alternativas aos produtos animais.

Desde 1994, ano do 50º aniversário da criação da Vegan Society, na Inglaterra, o dia 1 de Novembro ficou marcado como o Dia Mundial Vegano (World Vegan Day).


Origem do Nome

"Antes do lançamento de nossa primeira edição, o Sr. e a Sra. G. A. Henderson sugeriram a palavra “Allvega”, com “Allvegan” como título da revista. Foi daí que a palavra Vegan foi tirada e, recentemente, o Sr. e a Sra. Henderson escreveram afirmando que preferem a versão mais curta."

— Donald Watson, 1945

"Convidei meus primeiros leitores a sugerirem uma palavra mais concisa para substituir o “vegetariano não-lácteo”. Algumas sugestões bizarras foram feitas, como “dairyban", "vitan", "benevore", "sanivore", "beaumangeur” et cetera. Eu decidi por minha própria palavra, “vegan”, contendo as três primeiras e últimas duas letras de “vegetariano” - “o começo e o fim do vegetariano”. A palavra foi aceita pelo Oxford English Dictionary e ninguém tentou melhorá-la."

— Donald Watson, 2004

domingo, 25 de abril de 2021

Etimologia - Veganismo

O termo Vegan (pronuncia-se ví:gan), em inglês, foi cunhado pela primeira vez, em novembro de 1944, no lançamento do jornal "Vegan News" em Londres. A origem do nome é dúbia. Segundo o próprio Watson, o nome é uma redução do nome "Allvegan", sugestão de seus amigos, o casal Henderson. A outra versão, mais conhecida, é que a palavra foi criada por Donald Watson e sua esposa Dorothy Morgan como uma corruptela da palavra "vegetarian" (vegetariano), em que se consideram as 3 primeiras e as 2 últimas letras, excluindo o "etari", para formar a palavra vegan; significando o começo e o fim do vegetariano. No português do Brasil, acrescentou-se a vogal "a" ou "o", formando o termo vegano ou vegana. Em Portugal a palavra mantém a grafia original inglesa. A grafia original inglesa também é utilizada no Brasil (vegan; plural: vegans).

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Veganismo

O veganismo é a prática de se abster do uso de produtos de origem animal, procurando excluir, na medida do possível e praticável, o uso de qualquer produto de origem animal, seja na alimentação ou no vestuário. Um seguidor desta prática é conhecido como vegano. Os veganos, tal como os vegetarianos, não consomem quaisquer alimentos que envolvam a morte de um animal, como por exemplo carne, peixe, moluscos ou insetos; sendo que adicionalmente e contrariamente aos vegetarianos, os veganos também não consomem quaisquer alimentos de origem animal, tais como laticínios, ovos ou mel. Ademais, não adquirem produtos ou materiais derivados de animais tais como couro ou lã, produtos testados em animais, nem frequentam lugares que usem animais para entretenimento, tais como espetáculos circenses que fazem uso de animais, rodeios ou jardins zoológicos.

Embora a dieta vegana e o princípio da não exploração dos animais tenham sido definidos na fundação da Sociedade Vegana em 1944, Leslie J. Cross, em 1949, considerava que a sociedade carecia de uma definição mais ligada aos "direitos dos animais", exigindo de seus membros a estrita obediência a esses termos, nomeadamente “o princípio da emancipação dos animais da exploração pelo homem”. Isto foi posteriormente definido como “a busca pelo fim do uso de animais pelo homem para alimentação, mercadorias, trabalho, caça, vivissecção e quaisquer outros usos envolvendo a exploração da vida animal pelo homem”.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Dieta mediterrânica

A dieta mediterrânica é um conjunto de conhecimentos, práticas, rituais, tradições e símbolos relacionados com as culturas agrícolas, pesca e pecuária, e também com o processo de confecção, partilha e consumo de alimentos nos países que circundam o mar Mediterrâneo.

É um momento de troca e comunicação social, e também de afirmação e renovação dos laços que moldam a identidade da família, do grupo ou da comunidade. Também desempenha um papel essencial no fator de coesão social em espaços culturais, festas e comemorações, reunindo pessoas de todas as idades, condições e classes sociais. Abrange também áreas como artesanato e fabricação de recipientes para transporte, conservação e consumo de alimentos, como pratos de cerâmica e copos. As mulheres desempenham um papel fundamental na transferência de competências e serviços relacionados com o conhecimento dieta mediterrânea, salvaguardando as técnicas culinárias, respeitando os ritmos sazonais, observando os feriados do calendário e transmitir os valores deste elemento do património cultural para as gerações futuras. Enquanto isso, os mercados de alimentos locais também desempenham um papel fundamental como espaços culturais e locais de transmissão da dieta mediterrânea em que a prática diária de trocas promove a harmonia e respeito mútuo.

A dieta mediterrânica é um elemento do Património Cultural Imaterial da Humanidade inscrita originalmente na Lista Representativa da UNESCO na 5ª sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural em Novembro de 2010 em Nairobi, no Quénia pela Espanha, Itália, Grécia e Marrocos, e que teve a sua extensão a Portugal, Chipre e Croácia inscrita a 4 de Dezembro de 2013 em Baku, no Azerbaijão, na 8ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade.

A extensão da inscrição aprovada passou então a ser da iniciativa de 7 Estados da Europa e do Norte de África que apresentaram comunidades representativas : Espanha/Soria, Itália/Cilento, Grecia/Koroni, Marrocos/Chefchaouen na primeira inscrição, acrescendo-se Croácia/Hvar e Brac, Chipre/Agros e Portugal/Tavira na extensão.

A dieta mediterrânica tem a sua origem e evolução nas civilizações que definiram a cultura mediterrânica, na sua unidade e diversidade de expressões regionais, mas é sobretudo um estilo de vida, a "daiata" da antiguidade grega.

A abordagem da dieta mediterrânica possui várias dimensões disciplinares, nomeadamente como património cultural imaterial, patente nas formas de produção, preparação e confecção dos alimentos transmitidas de geração em geração, nas convivialidades e celebrações colectivas onde a mesa constitui um lugar central em espaço publico ou privado, mas também como padrão alimentar saudável e de excelência, uma dieta sustentável "amiga do ambiente" pelo baixo consumo de água e escassa produção de CO2.

Caracteriza-se do ponto de vista alimentar pelo consumo de produtos frescos, produzidos localmente, de acordo com as estações do ano. A riqueza nutricional da dieta mediterrânica resulta do consumo dos produtos em sintonia com os ciclos astrais e os ritmos da natureza, promove a utilização de grande variedade de leguminosas, hortícolas, frutos secos e frutas diversas, incluindo citrinos (laranjas, tangerinas e outros citrinos), damascos, ameixas, romãs e outros.

Comer é um ato cultural, a refeição em conjunto assegura a transmissão de valores culturais e a permuta de conhecimentos, negociações e acordos .

Alimentação, cozinha/culinária e gastronomia são conceitos diferentes, correspondem a períodos históricos e ambientes sociais diversos , donde resultam diferentes percepções sobre a dieta mediterrânica, um património cultural de caraterísticas multidimensionais e que por esse facto não se poderá compreender correctamente fora da sua dimensão cultural.

A palavra "dieta" induziu a uma analise exclusivamente "alimentar" centrada no maior ou menor uso de determinados produtos, criaram-se assim distorções no real significado deste modelo cultural.

As características de clima muito idêntico, a elevada biodiversidade da região mediterrânica, a formação e desenvolvimento de centenas de cidades e intenso comercio ao longo de milénios, o incremento da ciência náutica, da filosofia, matemática, astronomia, medicina, do urbanismo, das artes e da arquitectura, entre outras, produziram valores espirituais e materiais das civilizações mediterrânicas os quais fundamentam um estilo de vida que permanece hoje em muitos aspectos da vida social.

A forma como se vive, trabalha e convive, estão intimamente relacionados com aquilo que se come, porque se come e como se come.

Importa sublinhar a importância das três religiões monoteístas com origem no espaço mediterrânico, na sacralização, valorização ou interdição de determinados produtos, também na estruturação de períodos de jejum ou de excesso alimentar. São os elementos de diferenciação dentro de uma unidade de valores espirituais e comportamentais.

Uma recomendação nutricional moderna inspirada originalmente nos padrões de dieta da Grécia, do Sul de Itália, da França, da Espanha e Portugal. Os principais aspectos desta dieta consiste no consumo elevado e em proporção de azeite, legumes, cereais não refinados, frutas e vegetais, o consumo moderado a elevado de peixe, consumo moderado de lacticínios (queijo e iogurte na sua maior parte), consumo moderado de vinho, e baixo consumo de carnes e seus derivados.

Dieta mediterrânica Apesar de haver semelhanças entre os países, também há diferenças importantes nos hábitos alimentares dos países Mediterrânicos. Os hábitos alimentares em países vizinhos são mais parecidos do que aqueles em lados opostos do Mar Mediterrâneo.... Não existe uma dieta mediterrânica ideal e singular. Dieta mediterrânica

Apesar do nome, esta dieta não é típica da culinária mediterrânica. No norte da Itália, por exemplo, a banha de porco e a manteiga são muito usados nos cozidos, enquanto que o azeite é mais reservado para as salada e vegetais cozidos. Tanto no Norte de África como no Médio Oriente, a gordura da cauda de ovelha e a manteiga fundida (samna) são as gorduras de base tradicional, com algumas excepções. De facto, um investigador concluiu: "Aparentemente, não há hoje em dia material suficiente para dar uma definição apropriada sobre o que é realmente a dieta mediterrânica, ou o que é em termos de compostos químicos ou mesmo até em termos de comidas.... O termo geral 'dieta mediterrânica' não deve ser usado em literatura cientifica...."

A versão mais compreendida e mais comum desta dieta foi apresentada, entre outros, pelo Dr. Walter Willett da Escola de Saúde Publica da Universidade de Harvard, desde meados da década de 1990. Baseada nos "padrões típicos da comida de Creta, grande parte da Grécia, e Sul de Itália da década de 1960", esta dieta, em adição à "actividade física regular," realçando "muitos vegetais, fruta fresca como sobremesa diária, o azeite como a fonte principal de gordura, os lacticínios (principalmente queijo e iogurte), o consumo baixo a moderado de peixe e de aves domésticas, zero a quatro ovos por semana, carnes vermelhas em pequenas quantidades, e o consumo de vinho em quantidades pequenas a moderadas". A gordura total desta dieta é de 25% a 35% de calorias, incluindo gorduras saturadas de 8% ou menos de calorias.

O azeite faz parte da Dieta mediterrânica, embora não em todas as cozinhas do Mediterrâneo: no Egipto, Malta e Israel, o consumo de azeite é insignificante, e noutras áreas, não é predominante. O azeite contém uma elevada quantidade de gorduras monoinsaturadas, mais notavelmente o ácido oleico, que estudos epidemiológicos sugerem estar ligado à redução de risco de acidentes vasculares cerebrais e de doenças arteriais coronárias. Também há provas que os antioxidantes existentes no azeite melhoram a regulação do colesterol e a redução do colesterol LDL, assim como outros efeitos anti-inflamatórios e anti-hipertensivos.

Em Novembro de 2010 na 5ª sessão do Comité Intergovernamental da UNESCO em Nairobi, no Quénia apresentada por 4 países, e a 4 de Dezembro de 2013 com acréscimo de mais 3 países, a UNESCO, durante a sua sessão em Baku, reconheceu este padrão de dieta como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade de Itália, Portugal, Espanha, Marrocos, Grécia, Chipre e Croácia.

domingo, 4 de abril de 2021

Gastronomia de Portugal

A alimentação portuguesa, ainda que esteja restrita a um espaço geográfico relativamente pequeno, mostra influências atlânticas e também mediterrânicas (incluindo-se na chamada “dieta mediterrânica”), como é visível na quantidade de peixe consumida tradicionalmente. 

Muito mudou desde que Estrabão se referiu aos Lusitanos como um povo que se alimentava de bolotas. A base da gastronomia mediterrânica, assente na trilogia do pão, vinho e azeite, repete-se em todo o território nacional, acrescentando-se-lhe os produtos hortícolas, como em variadas sopas, e os frutos frescos. A carne e as vísceras, principalmente de porco, compõem também um conjunto de pratos e petiscos regionais, onde sobressaem os presuntos e os enchidos. Com o advento das descobertas marítimas, a culinária portuguesa rapidamente integrou o uso de especiarias, do açúcar, além de outros produtos, como o feijão e a batata, que foram adotados como produtos essenciais. 

Note-se que a variedade de pratos regionais se verifica mesmo em áreas restritas. Duas cidades vizinhas podem apresentar, sob o mesmo nome, pratos que podem diferir bastante na forma de confecção, ainda que partilhem a mesma receita de base. As generalizações nem sempre estão correctas: as diversas culinárias regionais variam muito na mesma região.